sábado, 23 de julho de 2011

História de vida de Débora Silva

Olá meu nome é Débora tenho 19 anos e vivo na ilha do Pico.
Também me encontro com uma deficiência motora, tive um acidente no passado dia 10/10/10. Como vê é uma data que fica na cabeça.
Não sei como estou viva, tive o acidente com o meu irmão mais velho com 22 e minha mãe de 45, iamos para o hospital tinha acado de dar um enfarte ao meu avô materno.
Acabamos os 4 no hospital. O meu irmão ia a conduzir, levou uns pontos no braço, a minha mãe esmagou a perna esquerda, teve que ser operada no faial 3 vezes.
Quanto a mim, bem eu parti-me toda! Os médicos diziam que a minha hipótese de sobreviver era 0, mas mesmo assim uma doutora que se encontrava no hospital da horta fez força para eu ser transferida para um hospital com melhores condiçoes para mim. Tive 48horas num plano duro a espera para ser tranferida, primeiro para o hospital de ponta Delgada, mas acabando por desistir da ideia (não sei porquê) e mais tarde decidiram enviar-me para o hospital de São José em Lisboa. Fui a primeira vez para o aeroporto do Faial e a sata nao tinha sido informada de que eu ia ser transportada la tive que voltar para tras e só no outro dia é que fui transportada para Lisboa.
Tinha o abdómen todo picado por causa do cinto, fui operada na horta 1 vez e tive que voltar a ser aberta em São José, porque a operação nao tinha corrido bem, tinha várias fracturas nas costelas, o pulmão furado, perdi o rim direito depois de muitos esforços por parte dos médicos para tentar salva-lo. Tiveram que me tirar parte do intestino que tinha sido estragado pelo sinto. Fiz várias cirurgias, sendo as duas ultimas á coluna, a duas escaras que fiz tando as 48horas a espera de ser transportada.
É incrivél que só em lisboa é que descobriram que tinha um pulmão furado tive mais dee 48h a ter sangue nos pulmões. Resisti a uma septicémia, coisa que poucos resistem e tive um mês em coma indusido para não ter tantas dores e os médicos me conseguirem tratar.
Tive 3 meses e qualquer coisa no hospital de São José, na unidade de urgência médica, á qual agradeço muito tudo o que fizeram por mim, e fui transferida para o Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão, tambem estive lá 3 meses e qualquer coisa, vim um mês a casa porque cai e fiz uma rutura muscular e tive que tar em repouso com a perna e voltei no final de abril e tive lá ate ao inicio de junho, agora encontro-me no Pico.
Devido ao acidente acabei por perder o meu namorado (acabou comigo por ter ficado paraplégica) e perdi grande parte dos meus amigos, que nao sabem o que dizer a uma pessoa que tá numa cadeira de rodas! Mas compreendo-os, á uns meses atrás talvez agiria da mesma maneira que eles não sei.
Para tar a escrever este e-mail é porque sobrevivi e superei todas as espectativas daqueles médicos que não davam nada por mim, é certo que tou cheia de cicatrizes no meu corpo todos as pessoas têm medo de ver o meu corpo. Mudei muito a minha forma de ver a vida e dou muito mais valor ás pessoas portadoras de deficiência do que ás pessoas ditas "normais", que muitas vezes são tudo menos normais!
Deixo aqui o meu testemunho, dando os parabéns pelo blogue,têm que postar mais coisas e divulgar mais coisas, porque blogues como o vosso é merecedor de ser visto por todo o mundo.

Um grande beijo e um abraço

Débora M. Silva (18/07/11)